segunda-feira, julho 20, 2009

Me engana, que eu gosto: a meia-entrada para estudantes

O nosso cotidiano está repleto de exemplos de auto-engano. Nos confortam certas situações que são justificadas apenas se nos esforçarmos para não pensar sobre elas.
Algo que me incomoda muito é a idéia da meia-entrada para estudantes em diversas atividades culturais.
Aparentemente, é uma fórmula mágica: o estudante mostra a carteira e, de repente, o preço da entrada é reduzido à metade. Que coisa espetacular.
Mas, como cinema e teatro, dentre outras atividades culturais, têm um custo, que, em parte, é coberto pelas entradas, como se faz com o "desconto" dado aos estudantes. A resposta é simples: todos os preços são fixados no dobro do que seriam sem a fórmula mágica. Assim, a meia-entrada corresponde ao preço que seria naturalmente fixado para o ingresso. Simples assim.
Não há outro caminho. Como ninguém sabe quantos estudantes aparecerão, não se pode arriscar. A única garantia é o sobrepreço.
Acho que uma política cultural para permitir acesso de estudantes carentes à cultura deveria ser feita com um bônus pago diretamente com recursos orçamentários. A sociedade reconheceria a necessidade de viabilizar aos jovens carentes acesso à cultura e assumiria os custos.
Quando defendo isso, mesmo diante de amigos com certos "sinais exteriores de inteligência", vejo gente defendendo, irracionalmente, a medida.
Sempre escuto alguém argumentando o quanto é importante o acesso dos jovens à cultura. Isso não foi posto em questão. O que quero discutir é a ineficácia do meio. Mas, é difícil, todos parecem gostar de ser enganados.

domingo, julho 12, 2009

A greve no serviço público, novamente

Pernambuco tem vivido algumas grandes greves no serviço público. De um lado, o Estado resistindo, dizendo não ser possível atender as reivindicações. Do outro lado, os servidores, que afirmam ter baixos salários e que o governo não negocia.
A não solução tem demonstrado a urgência da regulamentação da greve no serviço público. Tem que existir regras claras sobre a decretação e as saídas, para o seu encerramento. Diferentemente da relação trabalhista, na qual o impasse é solucionado por uma decisão do Judiciário que praticamente cria direitos, não há espaço no direito administrativo para que juízes digam qual o percentual de aumento e quais reivindicações vão virar direitos. Há delicadas decisões políticas e negociações que envolvem, além de tudo, a aprovação de leis.
Tudo isso demonstra que a população não pode sofrer à espera da superação dos impasses. Serviços têm que continuar a ser prestados, durante o movimento.
Precisamos logo de normas claras.

quinta-feira, julho 02, 2009

Que coisa intrigante...

- Por que os "homens públicos" desprezam os riscos que suas decisões têm para o Estado e para a democracia quando decidem ficar nos seus cargos, mesmo com todo mundo pedindo para que se retirem?

- Por que o goleiro de time que está ganhando precisa de atendimento em qualquer enconstão besta?

- Por que as praias do Rio têm água tão gelada?

- Por que todo aluno no dia da prova quer sentar longe do professor?

- Por que a maior parte da grande imprensa, mesmo se considerando nacional, fala de jogos entre times do eixo Rio-São Paulo e times do nordeste como se estivessem falando de jogos entre times brasileiros (os do eixo, é claro) e times estrangeiros (os do nordeste, evidentemente)?